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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Afinal, o que é o Ubuntu?

Não se engane pelo título! Não se trata de mais um artigo chato contando a historinha do milionário que banca o Linux mais popular do mundo. Mas sim de uma ideia absurda de que alguns acham que Ubuntu não é Linux. Sendo assim, o que afinal é ele? Só há uma resposta e permita-me lhe dizer qual é!


Omelete é um nome pomposo, mas não deixa de ser ovo batido!

Omelete é um nome pomposo, mas não deixa de ser ovo batido!

Linux: Afinal, o que é o Ubuntu?Indiscutivelmente o Ubuntu é a distribuição mais comentada, a mais usada, a que mais cresce anualmente e a que abre as portas para o mundo do software livre que muitos estão descobrindo e se encantando. A palavra Ubuntu significa uma ideologia ética sul-africana focada no compromisso e relações entre as pessoas.

A palavra vem das línguas Zulu e Xhosa. Ubuntu é visto como um conceito tradicional africano, é tratado como um dos princípios fundamentais da nova república sul-africana e é conectado à ideia de um renascimento africano. Essa ideia foi primeiramente difundida pelo arcebispo Desmond Tutu:

"Uma pessoa com Ubuntu é aberta e disponível aos outros, assistente aos outros, não se sente ameaçada por outros que são capazes ou bons, uma vez que ele ou ela tem uma autoconfiança que vem do saber que ele ou ela pertence a um conjunto maior e é diminuído quando outros são humilhados ou diminuídos, quando outros são torturados ou oprimidos."


Todo esse profundo sentimento esta sintetizado nesta palavra que dá nome a esta distribuição que alguns insistem em classificá-la como sendo qualquer outra coisa mas jamais um sistema operacional Linux genuíno.

Poder-se-ia imaginar esse tipo de comentário vindo dos irredutíveis e ardorosos fãs e usuários do outro sistema operacional muito famoso por possuir a preferencia mundial no desktop. Mas surpreendentemente isso é dito por pessoas que utilizam o mesmíssimo kernel que é o âmago ou o cerne de qualquer uma das 100 principais distribuições que constam na lista da "Distrowatch", cujo primeiro lugar cabe curiosamente ao Ubuntu.

Essas pessoas ficam chateadas pela facilidade que a distro apresenta, principalmente para os iniciantes que veem nesta última uma certa familiaridade com aquele sistema operacional supracitado. E devido a isto ele é mal visto e há quem se expresse da seguinte forma:

"Concordo com os que separam Linux e Ubuntu. Linux é uma coisa, Ubuntu é outra. Linux é personalizar, criar, hackear (no sentido original da palavra), modificar, estender, entender. Ubuntu é usar Desktop, usar um Gnome in-the-box, aplicativos "novos" em uma plataforma diferente, coisa de quem já usa outro Desktop gráfico." (13/07/2010 - Revista info)


Há uma matéria curricular excepcional chamada "Raciocínio Lógico" no qual ajuda a não nos deixarmos enganar por raciocínios ambivalentes como o mencionado acima. Quer um exemplo?

O brasileiro é bom de bola e tem o maior jogador de todos os tempos cujo nome é Pelé. Logo, isso significa que todo brasileiro é bom de bola?

A começar por mim essa afirmativa é totalmente falsa. Pra quem tem acima de 30 anos deve se lembrar de uma propaganda veiculada no final dos anos 80 de uma marca de shampoo que tinha como slogan: Denorex tem cheiro de remédio, tem cor de remédio, parece remédio, mas não é.

Simples assim! O nosso colega do comentário equivocou-se achando que por ser "fácil" não é Linux. Por ter muitos usuários não é Linux. Por ter um ambiente gráfico não é Linux. Por ser mencionado inúmeras vezes em revistas especializadas não é Linux. Por se rivalizar com o outro S.O não é Linux.

Enfim, o nosso colega parece não saber que se não gostar do Gnome tem o KDE. Se nenhum dos dois agradar, temos o XFCE. E caso também não gostar temos o LXDE e alguns outros e se não tiver jeito; o que acho pouco provável, pode-se usar somente o modo texto. Ufa! Se este também não agradar, o melhor a fazer é desistir e ficar mesmo com o S.O. do Bill Gates.

Seja o Fedora, openSUSE, Slackware, Poseidon, Puppy o que for, o ambiente gráfico será um destes mencionados, e em breve teremos o Unity que será lançado em Abril de 2011 e é a nova aposta da Canonical e se vai agradar ou não, só o tempo irá dizer. Acho que isso vem ao encontro das palavras (modificar, estender, entender) da visão do nosso querido colega do que seja Linux.

A Ford fabrica carros, a Fiat também. Embora tenham modelos e características diferentes uma da outra, o fato é que o produto individual deles não é algo diferente (no sentido original da palavra). Ou seja, se tem forma retangular com quatro rodas, motor e portas é carro, não adianta querer chamar de carroça, pois não é.

O nosso colega também esqueceu ou não sabe que não foi a Microsoft que inventou a GUI pra PC doméstico, e sim a Xerox. E ainda por cima esta comparando o terceiro com o primeiro, esquecendo de mencionar o Mac tão aclamado pela elite e segundo certas estatísticas é o segundo sistema operacional mais usado no mundo e sequer foi mencionado. Que indelicadeza!

Mas se o nosso colega quer mesmo "hackear" eu sugiro primeiro ler o livro "Universidade Hacker" pra entender certos conceitos e desmitificar certas idiotices do imaginário popular onde reina o estereótipo do nerd num quarto escuro e com uma tela preta e uns comandos e basta um enter e o mundo inteiro então fica em suas mãos. Ou seria dedos?

Enfim, muito legal no cinema, mas na vida real isso está muito longe de ser verdade e nem vou entrar no mérito da questão, pois é chover no molhado e quem conhece o assunto sabe muito bem do que estou falando.

Com exceção dos administradores de rede em que o servidor seja Linux, a ideia de ficar somente em modo texto é algo que até o Linus Torvalds torce o nariz. Ele usa o Fedora e pelo muito pouco que sei utiliza o Gnome como ambiente principal, embora a distro também disponibilize um release com o KDE, algo muito democrático e a cara do Linux: pluralidade, liberdade de escolha e por que não facilidade? 

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